7 de jun. de 2010

Cataporã


Eu estava em uma praia com minha mãe. A praia era deserta e parecia que morávamos ali por perto. Nós estávamos sentadas sobre a areia com os pés na água, e a água era cheia de rãzinhas. Eu odeio sapos/rãs, e cada vez que via uma saindo, tirava os pés com nojo, já me levantando pra ir embora. Minha mãe dizia:

-"Deixa de ser boba, rãs não fazem absolutamente nada, senta aí denovo."

E então eu voltava. Conversamos ali por um bom tempo, até que decidimos voltar para casa.

Quando cheguei em casa, que, alias, é a casa em que o meu vizinho mora, vi que havia um tipo de ‘piscina de lama’ na parte da frente. Meu irmão, que era pequeno no meu sonho, porque não tinha mais que uns 10 anos, brincava ali. Pulava, e fazia uma tremenda sujeira.Eu entrei e comecei a conversar com ele, mas por algum motivo ele não queria falar comigo. Continuava a brincadeira, me desdenhando. Minha mãe pediu que eu tomasse conta dele e das roupas que estavam secando no varal, em torno da ‘piscina de lama’. Não me pergunte como, mas as roupas não se sujavam. Eu pedia meu irmão pra tomar cuidado ao pular, pra que as roupas não se sujassem, e parecia que cada vez que eu falava isso, ele pulava com mais força. Busquei um ‘sofázinho’ lá dentro, coloquei em um local de onde pudesse observar meu irmão e me deitei de bruços.

Não sei o que mais aconteceu nesse meio tempo. Parece que houve um apagão na minha cabeça e, quando voltei, estava andando em um corredor muito claro com 2 pessoas. Um era um homem alto, bonito, de cabelos lisos, barba bem feita e dentes perfeitos. O outro era meu irmão, de mão dada comigo. O homem conversava algo sobre uma doença:

-“Leucemia é uma doença difícil de se curar, vocês têm que levantar as mãos pro céu porque ele passou por isso muito bem. Agora acabou, e vocês tem que procurar viver da melhor maneira possível.” (Não me pergunte o motivo dele estar dizendo tudo isso, eu também não sei).

Então saímos do corredor claro e entramos numa livraria. Ele dizia:

-“Eu sei que você gosta de escrever. Você precisa de um livro que eu conheço. Ele tem umas palavras bem interessantes que podem te ajudar.”

Enquanto isso, andávamos pela livraria, olhando um ou outro livro, observando seus títulos, como quem não tem nada o que fazer. Encaminhamos-nos pra sessão de dicionários, e continuávamos olhando livros aleatórios antes que ele chegasse no que queria me mostrar. Ele apontou pra uma prateleira e disse:

-“Acho que está ali.”

Mas estávamos sem pressa, e continuávamos a observar os livros da prateleira onde estávamos. Ele pegou um que tinha a foto de dois índios em sua capa. Eu achei o título estranho, e li em voz alta, como quem quer confirmar o que viu:

-“Caporã?”

E ele respondeu:

-“Não, Cataporã.”

2 comentários: