3 de jun. de 2010

A escalada


Estava eu em uma praia movimentada. Fui pra lá por algum motivo específico, que não me foi revelado. Vi uma montanha enorme, parecida com uma serra da minha cidade, e me veio uma vontade súbita de subir aquele morro de bicicleta(?!) e lá fui eu pra minha aventura. Avisei minha mãe, peguei um biquíni e uma roupa fresca, já que eu sabia que ia suar muito e, por algum motivo, eu sabia que no alto do morro tinha uma cachoeira. Me vesti, calcei um tênis, e lá estava eu tentando me enfiar num buraco pra subir.

Quando um amigo meu aparece e me diz:

-“Ana, você vai subir por ai? Você é doida? Vai pela estrada, é muito mais fácil.”

Quando olhei pro lado esquerdo, lá estava a estrada (mas não me pergunte como eu não havia visto a estrada antes). Chamei meu amigo pra subirmos juntos e ele topou. Disse que iria pegar as coisas dele em casa e me encontraria ali em poucos minutos. Me lembrei que não tinha uma câmera fotográfica para registrar o ilustre momento, e gritei:

-“Não esquece a sua câmera viu?”

Ele chegou, e lá fomos nós.

Não sei porque diabos, mas esquecemos as bicicletas pra trás, e fomos a pé. No caminho, encontrei mais uns 4 ou 5 amigos, que, pra falar a verdade, acho que eu nem conheço, que se juntaram a nós. Foi uma longa subida, e bem cansativa. Quando chegamos lá, havia um tipo de ‘barzinho’ para acolher os turistas. Entramos e ficamos lá por um tempo.

Vimos várias pessoas tirarem fotos com um homem estranho, de mais ou menos uns 40 anos, mas já com a aparência bem surrada, com um cabelo escasso, porém de longos fios, até o pescoço, e uma barbicha na ponta do queixo, deixada por fazer já há vários meses. Ele fazia algum truque o qual não me recordo bem, mas que chamava muito a atenção das pessoas. Nós também queríamos registrar o magnífico homem e seu truque, e nos juntamos para tirar a foto com ele. Não entendo porque, mas tirei R$2,60 do bolso. Acho que pensei em pegar um ônibus, não sei porque(?!). Só sei que tinha um motivo pra estar com aquele dinheiro na mão, na hora de tirar a foto.

Assim que acabamos de tirar a foto, e todos saíram de perto, vi uma placa ao lado do homem com um preço em baixo. Era um valor alto, tipo R$200,00, mas não vinha com nenhuma descrição ou explicação. O dinheiro que estava na minha mão caiu no chão, enquanto me levantava da pose da foto. O pessoal começou a me chamar pra irmos embora já saindo do bar. O homem barrigudo começou a catar as moedas do chão guardando-as no bolso. Eu deixei pra lá, dei o restante das moedas da minha mão pra ele, e sai.

Quando saímos do bar observamos melhor o que havia ali no alto do morro. Na frente do estabelecimento havia só um monte de terra seca, plana, que dava num abismo, de onde se podia ver toda a cidade. Nada de árvores,nada de pássaros, nada de plantas. Quando olhamos um pouco pro alto, vimos um tipo de dirigível preso por um fio, parecia alguma estratégia de marketing de alguma empresa da cidade. Mas estava perto, muito perto de nós. De longe, parecia algo gigantesco, mas quando se aproximou, nos pareceu um brinquedo. E, novamente, tiramos uma foto.

Depois, chegamos mais perto da beira do abismo, para observar a cidade. Não sei dizer quanto, mas ficamos ali por muito tempo observando a vida alheia acontecer e tentando descobrir onde dava o horizonte do mar.

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